Luiz Ruffato (1961), escritor brasileiro contemporâneo entre os mais conhecidos, tem uma densa e consistente produção ficcional, na qual um dos temas centrais é o da migração. De tal tema ele colhe a dimensão trágica e dolorosa do estranhamento e do desenraizamento, abordados já a partir de Eles eram muitos cavalos, de 2001. Esse é também o fulcro da obra De mim já nem se lembra (2007), que será objeto da nossa análise. O romance é estruturado em forma epistolar, por um narrador que se depara com um maço de cinquenta cartas de um irmão, José Célio, morto em um acidente anos atrás. Por meio delas, o narrador reconstrói a memória familiar, ao mesmo tempo em que nos projeta para dentro dos difíceis anos da ditadura militar brasileira. Tentarei analisar como narrador e personagens do livro vivem em primeira pessoa o processo de urbanização e globalização que se verifica no Brasil a partir dos anos cinquenta e sessenta e que acentuará a desigualdade e a marginalização social de vastas áreas do país, obrigando tantas pessoas a migrar, primeiro para as grandes cidades do centro-sul e, depois, para fora do país.

Habitar a memória, análise do livro "De mim já nem se lembra", de Luiz Ruffato

Vera Lucia de Oliveira
2019

Abstract

Luiz Ruffato (1961), escritor brasileiro contemporâneo entre os mais conhecidos, tem uma densa e consistente produção ficcional, na qual um dos temas centrais é o da migração. De tal tema ele colhe a dimensão trágica e dolorosa do estranhamento e do desenraizamento, abordados já a partir de Eles eram muitos cavalos, de 2001. Esse é também o fulcro da obra De mim já nem se lembra (2007), que será objeto da nossa análise. O romance é estruturado em forma epistolar, por um narrador que se depara com um maço de cinquenta cartas de um irmão, José Célio, morto em um acidente anos atrás. Por meio delas, o narrador reconstrói a memória familiar, ao mesmo tempo em que nos projeta para dentro dos difíceis anos da ditadura militar brasileira. Tentarei analisar como narrador e personagens do livro vivem em primeira pessoa o processo de urbanização e globalização que se verifica no Brasil a partir dos anos cinquenta e sessenta e que acentuará a desigualdade e a marginalização social de vastas áreas do país, obrigando tantas pessoas a migrar, primeiro para as grandes cidades do centro-sul e, depois, para fora do país.
2019
978-88-3293-331-4
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Utilizza questo identificativo per citare o creare un link a questo documento: https://hdl.handle.net/11391/1467567
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