: Donizete Galvão (1955 ‒ 2014) é um autor cujo nome certamente entrará para o rol dos grandes líricos brasileiros. A sua comovente poesia traça um retrato da sociedade brasileira atual, com todas as suas contradições. Tendo crescido em uma pequena cidade de Minas Gerais, Borda da Mata, o poeta viveu de perto o rápido processo de transformação do país, a industrialização e a urbanização sem critério nem respeito pelo meio ambiente. Começou a publicar na década de 1980, a chamada «década perdida» ‒ em que o Brasil saiu da ditadura com uma das mais altas dívidas externas do mundo ‒, e continuou, em cada livro, testemunhando, com um olhar sempre lúcido e crítico, o outro lado do progressismo eufórico que tomava aos poucos conta do país e que deixava para trás suas escórias e escombros. A partir de conceitos como modernização, globalização e, sobretudo, «excedente e exclusão», tratados por Zygmunt Bauman em vários livros e, sobretudo, em Vite di scarto (BAUMAN, 2011), tentarei analisar o modo em que o eu lírico recupera, nessa tocante e intensa poesia, os indivíduos e objetos marginalizados e descartados pelo sistema.
As "Vidas Descartadas" na poesia de Donizete Galvão
de Oliveira, Vera Lucia
2018
Abstract
: Donizete Galvão (1955 ‒ 2014) é um autor cujo nome certamente entrará para o rol dos grandes líricos brasileiros. A sua comovente poesia traça um retrato da sociedade brasileira atual, com todas as suas contradições. Tendo crescido em uma pequena cidade de Minas Gerais, Borda da Mata, o poeta viveu de perto o rápido processo de transformação do país, a industrialização e a urbanização sem critério nem respeito pelo meio ambiente. Começou a publicar na década de 1980, a chamada «década perdida» ‒ em que o Brasil saiu da ditadura com uma das mais altas dívidas externas do mundo ‒, e continuou, em cada livro, testemunhando, com um olhar sempre lúcido e crítico, o outro lado do progressismo eufórico que tomava aos poucos conta do país e que deixava para trás suas escórias e escombros. A partir de conceitos como modernização, globalização e, sobretudo, «excedente e exclusão», tratados por Zygmunt Bauman em vários livros e, sobretudo, em Vite di scarto (BAUMAN, 2011), tentarei analisar o modo em que o eu lírico recupera, nessa tocante e intensa poesia, os indivíduos e objetos marginalizados e descartados pelo sistema.I documenti in IRIS sono protetti da copyright e tutti i diritti sono riservati, salvo diversa indicazione.