Apraz-me particularmente apresentar as contribuições desta interessante publicação, não só pela atualidade dos temas e questões tratadas, mas também, e sobretudo, pela pluralidade e heterogeneidade das vozes e abordagens envolvidas. Não uma, mas múltiplas perspectivas e visões lançadas sobre a (hiper) complexidade social e a chamada revolução digital. Perspectivas de análise e olhares lançados sobre a civilização hiper-tecnológica e hiperconectada que, além de ser uma civilização da racionalidade e do controle total, continua a se representar, a se auto-representar e, sobretudo, a ser representada - ambos ao nível das narrativas e do discurso público - como uma civilização cada vez mais avançada e capaz de eliminar o erro e a imprevisibilidade dos processos, sistemas, ecossistemas, da vida. E, uma civilização deste tipo, cada vez mais programada e automatizada em todos os seus aspectos e enervada por processos de simulação (= eficiência/controle), além de delegar tudo à tecnologia, só pode recorrer de forma exclusiva, única e solitária, àqueles conhecimentos técnicos e às habilidades que parecem mais capazes de confirmar e fortalecer essa imagem e imaginação coletiva.
A transformação digital como transformação antropológica. A mudança do paradigma e os riscos de uma “revolução silenciosa”.
Piero Dominici
2021
Abstract
Apraz-me particularmente apresentar as contribuições desta interessante publicação, não só pela atualidade dos temas e questões tratadas, mas também, e sobretudo, pela pluralidade e heterogeneidade das vozes e abordagens envolvidas. Não uma, mas múltiplas perspectivas e visões lançadas sobre a (hiper) complexidade social e a chamada revolução digital. Perspectivas de análise e olhares lançados sobre a civilização hiper-tecnológica e hiperconectada que, além de ser uma civilização da racionalidade e do controle total, continua a se representar, a se auto-representar e, sobretudo, a ser representada - ambos ao nível das narrativas e do discurso público - como uma civilização cada vez mais avançada e capaz de eliminar o erro e a imprevisibilidade dos processos, sistemas, ecossistemas, da vida. E, uma civilização deste tipo, cada vez mais programada e automatizada em todos os seus aspectos e enervada por processos de simulação (= eficiência/controle), além de delegar tudo à tecnologia, só pode recorrer de forma exclusiva, única e solitária, àqueles conhecimentos técnicos e às habilidades que parecem mais capazes de confirmar e fortalecer essa imagem e imaginação coletiva.I documenti in IRIS sono protetti da copyright e tutti i diritti sono riservati, salvo diversa indicazione.