Ao celebrarmos os cem anos da Semana de Arte Moderna, é necessário reavaliar a importância dos autores que buscaram apreender e representar o país em toda a sua complexidade e que, para fazê-lo, viajaram de Norte a Sul, ansiosos por conhecer as tradições orais, as festas, músicas e danças que se perderiam com o avanço da urbanização. Entre os que buscaram essa relação profunda com o país, Raul Bopp é um dos mais originais embora seja um dos menos lembrados. O propósito do presente trabalho é o de trazer à ribalta um autor poliédrico e um precursor que antecipou em suas viagens as da «caravana modernista» de 1924. Tais viagens foram relatadas nos livros Movimentos modernistas no Brasil (1966), “Bopp passado-a-limpo” por ele mesmo (1972), Vida e morte da antropofagia (1977), além de outros textos que acompanham as várias edições do Cobra Norato. Interessa-nos aqui, sobretudo, o ano que o autor transcorreu na região amazônica, muito importante para sua formação. Baseando-nos, pois, nos relatos do autor, buscaremos evidenciar a originalidade do olhar e a capacidade de sintonizar-se com o território grandioso da floresta e dos rios que a cortam e o seu genuíno interesse pelos habitantes da região, que viviam em sintonia com as forças telúricas da natureza. É, o seu, um olhar desejoso de colher até as mínimas vibrações da vida ao redor, vibrações que reencontramos em sua poesia.
Raul Bopp: um modernista na Amazônia
Vera Lucia de Oliveira
2024
Abstract
Ao celebrarmos os cem anos da Semana de Arte Moderna, é necessário reavaliar a importância dos autores que buscaram apreender e representar o país em toda a sua complexidade e que, para fazê-lo, viajaram de Norte a Sul, ansiosos por conhecer as tradições orais, as festas, músicas e danças que se perderiam com o avanço da urbanização. Entre os que buscaram essa relação profunda com o país, Raul Bopp é um dos mais originais embora seja um dos menos lembrados. O propósito do presente trabalho é o de trazer à ribalta um autor poliédrico e um precursor que antecipou em suas viagens as da «caravana modernista» de 1924. Tais viagens foram relatadas nos livros Movimentos modernistas no Brasil (1966), “Bopp passado-a-limpo” por ele mesmo (1972), Vida e morte da antropofagia (1977), além de outros textos que acompanham as várias edições do Cobra Norato. Interessa-nos aqui, sobretudo, o ano que o autor transcorreu na região amazônica, muito importante para sua formação. Baseando-nos, pois, nos relatos do autor, buscaremos evidenciar a originalidade do olhar e a capacidade de sintonizar-se com o território grandioso da floresta e dos rios que a cortam e o seu genuíno interesse pelos habitantes da região, que viviam em sintonia com as forças telúricas da natureza. É, o seu, um olhar desejoso de colher até as mínimas vibrações da vida ao redor, vibrações que reencontramos em sua poesia.I documenti in IRIS sono protetti da copyright e tutti i diritti sono riservati, salvo diversa indicazione.