O objetivo deste artigo é descrever como o poder é jogado dentro de um determinado campo da saúde mental comunitária na Itália e como esse jogo pode ser reconstruído etnograficamente. Através da participação direta de vários pacientes e profissionais nas atividades terapêuticas e de reabilitação, promovidas pela equipe psiquiátrica de um centro de saúde mental da Região da Úmbria, é possível analisar como se articulam, em algumas circunstâncias, significativos aspectos da agentividade individual e coletiva dentro de específicas “relações de poder”. Especial atenção é dada ao corpo e seus movimentos durante partidas de futebol jogadas semanalmente por um grupo de usuários e profissionais. Nessa atividade de reabilitação, conflitos e processos de negociação, que são o foco de reflexão para pacientes e profissionais, permitem explorar os relacionamentos entre ação social, projetos terapêuticos e práticas emergentes. Evidencia também o papel desempenhado por algumas contradições estruturais na definição das políticas de saúde mental comunitárias atuais. Finalmente, o artigo mostra como os processos de incorporação têm um impacto significativo na redefinição política do campo da psiquiatria, na construção social da “doença mental” e nas possibilidades de reconhecimento mútuo entre todos os atores “envolvidos no jogo”, incluindo o etnógrafo.

Jogando (com) o poder no campo da saúde mental

MINELLI, MASSIMILIANO
2013

Abstract

O objetivo deste artigo é descrever como o poder é jogado dentro de um determinado campo da saúde mental comunitária na Itália e como esse jogo pode ser reconstruído etnograficamente. Através da participação direta de vários pacientes e profissionais nas atividades terapêuticas e de reabilitação, promovidas pela equipe psiquiátrica de um centro de saúde mental da Região da Úmbria, é possível analisar como se articulam, em algumas circunstâncias, significativos aspectos da agentividade individual e coletiva dentro de específicas “relações de poder”. Especial atenção é dada ao corpo e seus movimentos durante partidas de futebol jogadas semanalmente por um grupo de usuários e profissionais. Nessa atividade de reabilitação, conflitos e processos de negociação, que são o foco de reflexão para pacientes e profissionais, permitem explorar os relacionamentos entre ação social, projetos terapêuticos e práticas emergentes. Evidencia também o papel desempenhado por algumas contradições estruturais na definição das políticas de saúde mental comunitárias atuais. Finalmente, o artigo mostra como os processos de incorporação têm um impacto significativo na redefinição política do campo da psiquiatria, na construção social da “doença mental” e nas possibilidades de reconhecimento mútuo entre todos os atores “envolvidos no jogo”, incluindo o etnógrafo.
2013
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Utilizza questo identificativo per citare o creare un link a questo documento: https://hdl.handle.net/11391/1031285
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